sexta-feira, 17 de junho de 2011

Seja Vênus Negra ou Branca é primata do mesmo jeito

Este primata que vos fala esteve no cinema e conferiu a Vênus Negra (Venus Noire, 2010). Curiosa a comparação da africana com as fêmeas de orangotango ou de um mandril. Todo aquele discurso do filme justificava a suposta inferioridade da raça negra.

Peraí, mas que raça? O conceito de raça não existe, não se sustenta por nenhum critério biológico.

Nem ao menos poderíamos supor que se o quadril de uma mulher negra se assemelha ao de uma primata não-humana que é ela mais macaca que outras!? Isso não quer dizer muita coisa, todos somos macacos, falantes mas primatas. Nem a tal semelhança do crânio e blá blá blá... quer dizer alguma coisa. Ora! Todos nós apresentamos semelhanças com nossos primos. Isso não é vergonha e nem orgulho pra ninguém. É assim e pronto.

O filme com certeza deve chocar bastante. A exploração do corpo de uma mulher afrodescente para platéias brancas é interessante. Mas não devemos apenas cair no pieguismo emocional e condenar qualquer comparação de nosotros com nossos primos. Essa do referido filme, claro que é bastante inadequada (com certeza o diretor buscou essa polêmica). Que fazem sentido no contexto histórico que ocorre o filme.

Falei tudo isso, pois sei que intelectualóides de plantão podem usar o exemplo do referido filme como meio de jogar a teoria de Darwin no lixo. "Somos especiais, somos humanos". Isso é ridículo, mesmo que as interpretações sejam inadequadas elas por si só não invalidam a teoria. A nossa semelhança com outros primatas é evidente e clara. Mais estranho é achar que nossa curta história escrita de pouco mais de 2.000 anos significa muita coisa comparado ao período de surgimento de nossa espécie nesse planeta! Lembrem disso!

E reafirmando: quer seja a Vênus Negra ou Branca é uma primata do mesmo jeito!